terça-feira, 25 de setembro de 2012

Conheça os caminhos do transplante de órgãos e tecidos para a doação (ABTO na Globo)


Fonte: Globo
Ao detectar a morte encefálica de um paciente, e ficar comprovado que todas as funções do cérebro pararam de funcionar de maneira irreversível, a equipe médica envolvida tem o direito, e o dever, de levar à família a possibilidade de se fazer a doação dos órgãos da vítima. Nesse momento, os parentes mais próximos – e somente eles – terão que lembrar se o paciente deixou claro para alguém se gostaria de ser um potencial doador porque somente eles poderão autorizar as cirurgias. “É importante que pessoas deixem isso muito claro para seus familiares e peçam que sua vontade seja obedecida”, diz o coordenador do Sistema Estadual de Transplantes de São Paulo Agenor Spallini Ferraz.

O hospital fica com a incumbência de avisar à Central de Notificação, Captação de Órgãos e Tecidos (CNCDO) do Estado, responsável por comunicar o Sistema de Informações Gerenciadas (SIG) e espera que a Coordenação Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos Humanos (CIDOTH) converse com a família. Assim, a CNCDO inicia o processo de distribuição estadual, respeitando aos critérios pré-estabelecidos para seleção de receptores.

Com base no ranking gerado, inicia-se a oferta de órgãos às equipes, que contatam seus receptores no intuito de verificar disponibilidade e condições clínicas. Caso a Central de Notificação, Captação de Órgãos e Tecidos não possua receptores aptos para o órgão do doador, a central repassa a oferta para outra esfera (Central Nacional de Transplantes - CNT), que distribui o órgão de acordo com a regionalização e os critérios estabelecidos para seleção de receptores.

Nesse momento, as decisões precisam ser tomadas com muita rapidez. O prazo máximo para que a cirurgia seja feita após a retirada do órgão varia de acordo com cada tecido, mas cada órgão tem um prazo curto para ser transplantado.

A cirurgia de coração e de pulmão são as mais urgentes e devem ser feitas no prazo de até 4 horas. Depois vem a do fígado, do rim e do pâncreas, com até 12 horas. A operação dos dois rins pode ser feita em até 36 horas. Já a córnea pode ser transplantada em até 7 dias. A facilidade ajuda a aumentar os números de cirurgia de córneas, além do fato de se tratar de uma operação que pode ser feita em ambulatórios, sem necessidade da internação do paciente.

Por outro lado, o transplante de coração é um dos mais complexos e exige uma verdadeira corrida contra o tempo, já que a isquemia do órgão – período em que pode ficar fora do corpo humano – é de apenas 4 horas.
Do outro lado, o paciente é comunicado da disponibilidade do órgão. Nesse momento, ele pode se recusar a fazer o procedimento cirúrgico. Caso aceite, ele é encaminhado ao hospital. Existe um período pós-operatório onde o receptor fica sob observação médica, que varia de acordo com cada órgão. Cabe ao Sistema Nacional de Transplantes fazer exames periódicos no paciente. “Estamos aprimorando cada vez mais o nosso sistema de pós-operatório para acompanharmos permanentemente os pacientes e evitar as complicações relativas ao transplante ou à imunossupressão”, conta o secretário de Atenção à Saúde Helvécio Magalhães.

Para estimular os usuários do Facebook, a rede social e o Ministério da Saúde anunciaram, em julho passado, uma parceria para incentivar a doação de órgãos no país. A nova funcionalidade pretende estimular os usuários a expressarem seu desejo de ser um doador de órgãos no país, além de agregar e cadastrar possíveis doadores, entre os mais de 37 milhões de usuários do Facebook no Brasil, além de divulgar a causa e mostrar a importância de expressar a vontade de doar os órgãos e tecidos.

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