quinta-feira, 5 de junho de 2014

Novela “Em Família” aborda o tema de doação e transplante de órgãos


O chef de cozinha Cadu da novela “Em Família” - interpretado pelo ator Reynaldo Gianecchini - descobriu que estava com uma grave doença crônica no coração, chamada miocardiopatia dilatada, e teve que ser submetido a um transplante. Tal problema afeta o músculo do coração e o faz aumentar de tamanho, causando insuficiência cardíaca. Nos casos mais graves, o transplante é necessário.
Trazer um tema tão importante como o da doação de órgãos para uma novela em rede nacional contribui para a disseminação do debate pelo Brasil, aumentando a informação sobre o tema. “Diferente de todos os tratamentos da medicina, o transplante requer a morte encefálica de um paciente e a autorização da doação pela família. Não existe outro caminho”, ressalta o coordenador do Programa Estadual de Transplantes(PET) do Rio de Janeiro, Rodrigo Sarlo.
O coordenador do PET acredita que todos devem fazer seu papel para que ninguém fique sem órgão quando precisar. “Ao governo cabe montar um sistema de transplantes forte e sólido, a mídia cabe promover a doação de forma positiva, e a sociedade cabe discutir essa questão nas suas casas e estimular a doação”, sugere o coordenador. Rodrigo acrescenta que abordar esse tema na novela é importante para que as pessoas discutam isso em casa e manifestem sua vontade de doar órgãos.
E para deixar as cenas do transplante mais reais, a produção da novela solicitou a ajuda das equipes do PET e do Hospital de Cardiologia de Laranjeiras. “Discutimos, ao longo da semana, como é todo o processo de transplante de órgãos. Isso deixou a cena muito próxima da realidade”, confirma Rodrigo Sarlo. Ele ressaltou que as cenas foram importantes para mostrar, principalmente, o trabalho do transporte de órgãos.
“A doação e captação do órgão não tem hora para acontecer. Assim que a família autoriza a doação começa a corrida contra o tempo, pois a única forma de retirar os órgãos do paciente com viabilidade é após a morte encefálica da pessoa e com o coração ainda batendo”, explica o coordenador do PET. É preciso retirar os órgãos antes que haja a parada cardíaca e, após a retirada dos órgãos, ainda têm um tempo até serem colocados em outra pessoa.
“É uma logística que envolve várias equipes. Por isso precisamos de agilidade no transporte. Temos veículos com giroscópio (sirene), helicópteros para longas distâncias e batedores que escoltam o carro”, completa Rodrigo. O coordenador informa que cada órgão tem um tempo para serem colocados em outra pessoa. O coração dura de quatro a cinco horas fora do corpo, o fígado pode ficar até 12 horas, já o rim pode atingir até 40 hora.